TSUNAMI CAKE – o PIOR BOLO da historia
Olá, docinhos!
Vira e mexe aparece alguma tendência que viraliza e que as vezes nem vale tanto a pena assim, e pra mim é o caso do tal TSUNAMI CAKE ou bolo tsunami.
Então hoje eu vou falar um pouquinho do porque EU tenho horror à esse bolo e quais são os meus pontos em relação ao tsunami cake e a fama que ele ganhou.
Eu geralmente levo tudo muito tranquilamente e não sou de me importar com coisas com as quais eu não me identifico, simplesmente sigo em frente e não adoto aquilo pra mim ou pra minha rotina, mas esse tipo de bolo particularmente me causa uma aversão gigantesca e na minha opinião é um descaso gastronômico.
Sim, gente… eu realmente detesto essa invenção mas é claro que respeito todas as opiniões e entendo quem gosta, estou falando apenas sobre o que eu acho e compartilhando um pouquinho do que eu sinto em relação a essa tendência que ganhou o mundo todo. Mas eu também quero saber a sua opinião sobre o Tsunami cake, então me conta aqui nos comentários o que você acha deles. Ama ou odeia? E por que?
Vamos começar contextualizando a tendência assim como fizemos com o artigo dos Bento Cakes (se você ainda não viu esse post onde eu falo sobre esses bolinhos, CLICA AQUI!), e vamos falar como esse bolo surgiu, de onde veio, como começou e o porque ele caiu nas graças da internet em peso.
Assim como grande parte das coisas que surgem na internet, é muito difícil a gente conseguir de fato saber exatamente como e onde aquilo surgiu ou quem foi que começou a onda, então não posso afirmar ao certo quem deu o start nessa tendência, mas vamos voltar uns bons meses aí quando ainda estávamos todos presos em casa, vivendo nosso isolamento e gastando nossas horas nas redes sociais, principalmente no tiktok.
Ao rolar infinitamente a página inicial do app, nos deparamos com um vídeo onde uma pessoa tem um pobre bolo aprisionado dentro de uma cinta de acetato com quilômetros de cobertura sobre ele, o bolo está lá dentro do acetato e com toda aquela cobertura formando quase um muro encima dele, parece pesado e confuso. Mas afinal de contas, o que é isso? O que essa pessoa vai fazer? É alguma técnica nova para cobrir o bolo mais rápido?
Quando do nada somos surpreendidos com a retirada do acetato, a barragem que segurava a cobertura, que ao ser puxado para cima, libera todas aquelas toneladas de cobertura sobre o pobre bolo indefeso que instantaneamente é afogado por literalmente um tsunami de cobertura (isso quando não dá errado e a cobertura fica parada igual um bloco em cima do bolo né?!).
Nas cenas pós créditos podemos ver a cobertura escorrendo pra fora do prato, o acetato que sai ainda cheio de cobertura pingando sobre a mesa e toda a bagunça que se instala pós tsunami cake.
Tá… ok… talvez eu tenha exagerado um pouquinho e os vídeos não sejam EXATAMENTE assim, mas na minha cabeça é e o que eu vejo é um bolinho que não fez mal pra ninguém pedindo socorro.
O ponto é: Esse bolo ficou famoso principalmente por causa do tiktok (falando nisso, me segue lá: @docesdajessica), foi lá que a tendência realmente explodiu e ganhou o mundo todo, e depois vieram várias versões do bolo com decorações super criativas e elaboradas.
E não satisfeitos com o bolo, temos donuts tsunami, panetone tsunami, ovo tsunami e por aí vai.
Mas afinal, por que os vídeos desse bolo ficaram grudados na cabeça das pessoas e fizeram com que os usuários do tiktok quisessem ver vídeos de tsunami cake incansavelmente? A resposta é muito simples: gatilhos mentais.
Tsunami Cake e suas artimanhas
Sim, se você ficou horas e horas vendo esses vídeos, saiba que você foi pego por gatilhos mentais instalados nesse tipo de conteúdo. E tá tudo bem, todos os dias nós somos pegos em algum tipo de gatilho mental na internet, ela funciona assim… o mundo meio que funciona assim, na verdade. Você compra, consome e vive com gatilhos todo santo dia.
As propagandas, redes sociais, programas de tv, filmes, lojas… tudo envolve muita estratégia e gatilho pra poder te segurar como uma mosquinha numa teia de aranha e se você ainda não usa os gatilhos a seu favor, está na hora de começar (hey… só pra te contar, esse post tá cheio deles também hein?! será que você consegue identifica-los?).
Mas por que eu tô te falando isso e como fomos do tsunami cake pro marketing? Eu estou te falando isso porque essa parte da questão é a parte MAIS IMPORTANTE do sucesso desse bolo e o motivo dele ter viralizado.
Primeiro de tudo, o vídeo desperta curiosidade porque você não sabe que rumo aquilo vai tomar, você precisa saber onde aquela situação vai dar, o que vai acontecer com aquele bolo, com aquela cobertura. Vai dar certo? Vai dar errado? Tem algum elemento surpresa? Qual vai ser o efeito quando a cobertura finalmente escorrer? O seu cérebro é capaz de pensar em todas essas perguntar inconscientemente sem você sequer se dar conta disso e no fim você só vai saber que PRECISA ver o desenrolar do vídeo.
Depois vamos pra parte mais importante do tal bolo melequento… ver a cobertura, que parece totalmente deliciosa, caindo sobre o bolo, te fazendo imaginar o gosto, a textura, a combinação, cada colherada daquele bolo derretendo na sua boca. Aquele vídeo está ali, te fazendo esquecer de absolutamente qualquer coisa no mundo e te fazendo pensar apenas em como seria estar comendo aquele bolo.
Você se sente preso olhando pra uma das cenas mais prazerosas da vida, uma cobertura extremamente cremosa se espalhando sobre um bolo que parece delicioso e a cena é simplesmente linda. E nós chamamos isso de FOOD PORN, que é basicamente fazer a pessoa que está vendo aquele alimento literalmente se deliciar só com a imagem.
É literalmente uma imagem que te faz sentir prazer simplesmente por estar olhando pra ela. É extremamente desejável.
Viu por que os vídeos de tsunami cake são tão atraentes e viciantes? E como um vídeo de 30 segundos consegue conter vários gatilhos pra te fazer ver e rever aquilo 100 vezes? O seu cérebro se sente satisfeito com aquilo.
E realmente, são vídeos gostosos de assistir, não nego. O meu problema está no contexto do bolo em si e não na apresentação do vídeo.
Primeiro eu vou te dar um exemplo, um vídeo que tirei de um tiktok gringo onde uma moça está retirando o acetato do seu tsunami cake de aniversário. E repare que o vídeo desperta tudo o que eu te falei antes, a curiosidade, o desejo, o prazer de ver a cobertura escorrendo. É bem satisfatório e esse vídeo tem mais de 2 milhões de visualizações.
CLIQUE AQUI PARA VER O VÍDEO NO TIKTOK
Ótimo vídeo, certo? Agora vamos avaliar uma foto de um tsunami cake (imagens retiradas do google)
E ao pesquisar essas imagens eu percebi que não tem fotos do bolo depois que a cobertura escorre, você sabe por que? Porque fica feio kkkkkk
Na verdade ele se torna menos atraente nas fotografias, não é um bolo que favorece a foto. Antes de retirar o acetato ele acaba sendo um bolo sem graça e as pessoas querem ver é o acetato sendo retirado. Mas depois ele acaba parecendo um bolo desleixado e difícil de compreender, porque o que temos é uma cobertura jogada com elementos que caíram irregularmente e resultaram em uma imagem confusa.
Então o vídeo é lindo, atraente, prazeroso. Já a foto… nem tanto assim.
Além do resultado pouco atraente, temos a BAGUNÇA que esse chernobolo faz. Credo! Esse é talvez o meu maior ponto de indignação com o tsunami cake. Gente, jura que as pessoas não pensaram na bagunça horrorosa que isso faz? E o desperdício? Porque ou você sai lambendo a mesa, o acetato e todo lugar por onde a cobertura caiu, ou você aceita que aquilo dalí foi um grande erro e você jogou partes importantes do bolo fora.
Desculpa, mas é bem nojento e totalmente desnecessário. Um bolo piscina entrega muito mais resultado do que esse treco.
Enfim, eu realmente acho que esse bolo foi um erro kkkkk
Agora eu quero saber de você: Qual a sua opinião sobre o tsunami cake? E me fala se você gostaria que eu comentasse sobre outras coisas que eu considero aberrações da confeitaria (tem muitas) kkkkkk
Um beijo, e até a próxima!
Oi, eu sou a Jéssica. Tenho mais de 10 anos de profissão e desde muito cedo eu me vi encantada pela cozinha e suas possibilidades. Não sei dizer ao certo em que momento isso se tornou algo tão significativo na minha vida, pra falar a verdade é como se isso fizesse parte de mim desde sempre. Foi assim que eu me encontrei na confeitaria e decidi, aos 18 anos, viver de doces.